Comparando os países
Na visão de Caballero et. al. (2016), esta fase pode ser entendida como a comparação em si, pois os dados são
apresentados paralelamente, de maneira que as relações entre os objetos estudados possam ser estabelecidas.
"Caballero et. al. (2016) indicam que os elementos que se justapõem, apresentam relações entre si."
Nota-se que a Metodologia de Educação Comparada orienta para um ramo de estudos caracterizados pela observação de sistemas
nacionais de ensino, isto é, os serviços escolares denotados de diferentes maneiras para cada povo.
A intenção nesta mídia digital é a de confrontar os grupos que se compara e traçar confluências e divergências,
de acordo com o que é previsto em documentos legais.
No que diz respeito ao contexto sociopolítico e educativo dos países Estados Partes, conforme se observa no quadro a
seguir, foram detalhados, para cada nação: o local, destacando o continente e as fronteiras; a extensão do território,
em km²; a quantidade de habitantes em 2016; a distribuição de habitantes, em termos de porcentagem, conforme a região;
a expectativa de crescimento de habitantes, até 2040; a divisão política, subdivida em departamentos, províncias,
estados e cidades; os idiomas oficiais; as moedas; e as crenças religiosas.
Já os gráficos a seguir apresentam o quantitativo de professores e alunos da
educação básica pública, em cada país objeto desta comparação.
Por sua vez, o quadro seguinte retrata em teor comparativo, as instituições formadoras e as respectivas
atribuições de cada uma. A Argentina detém cinco ambientes de formação docente, com destaque para as
Escolas Normais Superiores e institutos especializados na formação docente. A Bolívia acompanha o modelo
argentino, com as ESFM que têm a exclusividade de ofertar egressos que possam atuar na educação técnica.
O próximo quadro apresenta os sistemas educativos de cada um dos países Estados Partes, onde a organização
se dá por meio da idade. Apesar de se relacionar o CINE, que é uma referência de comparação com viés
internacional, usualmente os países investigados não o utilizam em seus sistemas educativos. Destacou-se
também a etapa, a obrigatoriedade, o nível de educação e a certificação exigida do profissional que deseje
atuar no setor.
Conforme o quadro seguinte, todos os cinco membros Estados Partes possuem a etapa de educação superior
não obrigatória, ofertada aos que concluem a educação básica, geralmente, a partir de 17-18 anos de idade.
A graduação e a pós-graduação são confluentes entre a Argentina, o Brasil e o Paraguai; a Bolívia oferta a
formação superior na área artística; e o Uruguai oferta a opção em educação.
No que diz respeito ao espectro legislativo da formação inicial dos Estados Partes, é possível perceber que
os cinco países apresentam, ao menos, uma lei geral, também denominada por global, que rege a educação no país
em si, aprovadas, publicadas e/ou reformuladas desde os anos 90. Além da lei e do ano, o quadro indica também
uma coluna com a descrição de cada item apresentado.
Sobre os recursos e informações acerca das perspectivas econômicas, cada nação tem o PIB, IDH e os
investimentos na educação detalhados nos gráficos seguintes, pois os índices de uma nação podem indicar de que
maneira os recursos são aplicados à educação, e, por conseguinte, à formação docente.
Em relação ao PIB, potencialmente influenciado pela quantidade de habitantes, o Brasil se destaca pela
arrecadação de 2,056 tri de dólares, divergindo do Paraguai, o último colocado, com 39,667 bi de dólares.
O IDH relativo a 2017, identifica a Argentina como o país mais desenvolvido, e a Bolívia o menos desenvolvido.
Também são previstas, no espectro legislativo das cinco nações, por exemplo, o tempo
necessário para conclusão dos estudos ou a aquisição do diploma por parte do estudante, conforme o gráfico.
Sobre o acesso aos programas de formação nos países Estados Partes, no quadro abaixo identificou-se o tipo de
acesso, descrevendo cada um deles, e se apresentou a certificação dos egressos formados em cursos que preveem
a docência como atividade profissional.
No próximo quadro, são apresentados os programas de complementação da formação inicial nos países Estados Partes.
O que se destaca é o Brasil, com seis possibilidade aos discentes, podendo manter bolsas (valor financeiro de
incentivo para auxílio aos estudos) durante todo o percurso acadêmico. A Argentina tem um programa, direcionado
ao aperfeiçoamento discente, enquanto a Bolívia tem dois programas, nas modalidades semipresencial e presencial;
o Paraguai tem três formas de complementação; já o Uruguai prevê quatro opções, de maneira presencial, sem duração
pré-definida. No que diz respeito ao tempo de duração, novamente o Brasil se destaca, pois, apresenta possibilidades
que podem atender os licenciandos durante todo o percurso acadêmico, enquanto os outros países têm bolsas de, no
máximo, dois semestres.
Por fim, no que diz respeito ao ingresso laboral dos egressos formados em cursos de licenciaturas, foram apontados
como ocorrem cada um dos processos nas instituições públicas e do setor particular, em caráter efetivo e temporário,
para cada um dos cinco países Estados Partes, conforme o quadro.
Discussão
Conforme proposto na Metodologia de Educação Comparada, após o processo de justaposição e comparação das informações,
é necessário compreender o estudo. Portanto, recorre-se à discussão desta mídia digital, o que ocorre por meio da fase prospectiva.
O processo de profissionalização docente não é uma tarefa fácil de ser implementada sem considerar o cenário multicultural da
região latino-americana. Nota-se que os responsáveis e interessados pelos sistemas educativos dos países Estados Partes do
Mercosul podem compartilhar ideias que forneçam o melhor aproveitamento da formação docente. Percebe-se que determinadas
questões particulares de alguns países são positivas, como: o modelo de acesso às instituições de ensino na Argentina;
a inserção do professor recém-formado no mundo do trabalho na Bolívia; os programas complementares de formação (PIBID e RP)
no Brasil; os fundos de aporte educacional assegurados pela legislação no Paraguai; e o Projeto Paulo Freire de Mobilidade
Acadêmica no Uruguai.
Uma vez que há aspectos positivos que divergem no que diz respeito à formação docente inicial nos Estados Partes,
percebeu-se a necessidade de os países ampliarem os diálogos, visando às propostas para problemas políticos e sociais
semelhantes que afetam a qualidade da Educação Básica; dessa maneira, será possível haver mais confluências nos sistemas
educativos do Mercosul.
De fato, há diversos problemas sociais semelhantes nos Estados Partes, uma vez que integram, conjuntamente, o continente
latino-americano. Para caminhar no sentido da melhora da formação de qualidade, é preciso atender as especificidades
regionais e culturais, propiciando, aos atores envolvidos com a educação, uma abordagem de valorização docente. Assim,
o desenvolvimento da identidade do professor, situado no Mercosul, pode ser contemplado por meio de mais experiências
que o auxiliem a compreender os saberes que lhe apoiarão na prática profissional.